Camponesas do MPA compartilham experiências sobre Agroecologia e Organização dos Sistemas de Produção Camponesa

                                                                                          

Durante o 12º Acampamento das Mulheres Trabalhadoras Rurais da Bahia, foram realizadas sub-plenárias organizadas em grupos de 30 mulheres trabalhando diversos temas em torno de dois eixos: Violência contra as mulheres e Autonomia das Camponesas. O objetivo central do espaço foi nortear o estudo, o debate, troca de experiências e a proposição de ações concretas para superação dos desafios.
Nesse contexto, o Movimento dos/das Pequenos Agricultores/as (MPA) facilitou os temas da “Agroecologia”, através da companheira Cristina Matielo do Espírito Santo, e “Experiências de Produção organizada pelas mulheres do MPA”, através da companheira Lindalva Candida dos Santos da região norte da Bahia.
Na temática da Agroecologia Cristina, destacou que para falar de agroecologia é preciso compreender os dois modelos de produção em disputa na atual conjuntura, de uma lado está o agronegócio, com sua forma de produzir destrutiva; este detêm a terra e todos recursos naturais como suporte de gerar mais lucro para os latifundiários e empresas multinacionais.
No sentido oposto está a agricultura camponesa que estabelece uma relação de integração, cuidado e ligação direta com a terra e natureza, na qual as camponesas e camponeses vivem dela e para ela, produzindo assim cultura, força política, resgate dos saberes ancestrais e alimento do MPAs saudáveis, soberania alimentar para o povo brasileiro.
Durante a socialização das experiências produtivas, a companheira Lindalva compartilhou a organização dos Sistemas de Produção Camponesa desenvolvido nas comunidades base do MPA no Semiárido Baiano. Ela fez uma análise da conjuntura dos desafios na região do Semiárido, devido ao descaso por parte dos governos, do Estado ao fomento de políticas públicas de Convivência com o Semiárido.
Dessa forma, ela relatou a luta pautada pelas camponesas e camponeses de acesso à água para consumo e produção no semiárido, e através da conquista das cisternas de produção/enxurrada, barreiros e aguadas tem se tornado viável a produção conjunta de alimentos e sua comercialização na barraca coletiva do MPA nas feiras livres.
  “Não adianta ter terra se não temos acesso à créditos, a políticas públicas para viver com dignidade e qualidade no campo”, afirmou a camponesa e por isso a necessidade de fazer ações concretas, enfrentar diretamente o agronegócio e fazer pressão social ao governo.
Nesse prumo foi socializada a importância da Jornada de Lutas da Via Campesina protagonizada pelo MPA em conjunto com outros movimentos que ocorreu em Agosto de 2013, no Vale do São Francisco onde camponesas e camponeses ocuparam a MONSANTO e a CODEVASF e a Jornada de Luta das Mulheres Camponesas realizada neste março de 2014, através da ocupação da Prefeitura de  Jacobina-Ba.


Esse espaço proporcionou troca de experiências entre as camponesas e a visibilidade do protagonismo das mulheres na produção, reafirmando a importância da organização produtiva das mulheres para construção do empoderamento e da autonomia econômica, política e social das camponesas e de seus núcleos familiares.

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Por Coletivo de Comunicação