Sob gritos de “Tortura, assassinato, não esquecemos 64”, militantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) de 14 estados brasileiros realizaram atos de protesto alusivos aos 51 anos do Golpe Militar na Paraíba numa quarta-feira do primeiro dia do mês, 1° de Abril, através da Escola Camponesa da Memória, criada no ano passado para alavancar a consciência crítica dos jovens do campo de todo o país. Cerca de 80 jovens com idade entre 16 e 30 anos, além de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do estado, participaram do ciclo de atividades, iniciado na quinta-feira (26).
Durante toda a semana, foram realizadas oficinas e visitas nas cidades de João Pessoa, Sapé, Lagoa Seca e Alagoa Grande. No último dia de formação, os militantes se concentraram no centro de formação do MST, em Lagoa Seca, de onde marcharam para a casa de familiares de um dos responsáveis pelo assassinato da sindicalista Margarida Maria Alves, nascida em Alagoa Grande e morta durante a ditadura militar, com faixas de protestos e gritos de palavras de ordem.
O encerramento da formação dos jovens ocorreu na Praça da Bandeira, em Campina Grande, segunda cidade do estado e “a mais reacionária da Paraíba”, segundo a integrante do MST Dilei Aparecida, que discursou sobre a força dos políticos direitistas na cidade, a exemplo do tucano Cássio Cunha Lima, líder do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) no Senado e propositor da retirada dos 14 mil médicos cubanos que vêm auxiliando famílias camponesas e do interior a terem seus direitos essenciais preservados.
Durante a manhã de manifestações, os militantes também realizaram atos de protesto em frente à afiliada local da Rede Globo, onde foram pichadas frases de repúdio à emissora. De acordo com Marcelo Leal, da direção nacional da MPA, também foram jogados dejetos nos muros da empresa. “Nosso objetivo é lembrar a todos o que aconteceu e lembrar que a juventude do campo tem voz. A Globo apoiou os militares e hoje é o meio de comunicação oficial das elites. Nossos atos são atos de denúncia, em memória de quem resistiu ao período de trevas sucedido pelo Golpe”, explicou.
Confira o vídeo do ato na rua:
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