O DESAFIO É ULTRAPASSAR O LIMITE DA RESISTÊNCIA
“Lutar e resistir já são
características de quem vive no campo. Hoje se faz necessário avançar para
viver com dignidade no campo. O Plano Camponês representa o desafio de
ultrapassar o limite da resistência”.
A tarde do segundo dia do VIII
Encontro Estadual do MPA da Bahia se debruçou em refletir sobre o tema Soberania Alimentar, a partir de uma
reflexão camponesa e operária, através da representação de lideranças de
organizações operárias e da Via Campesina.
O dirigente nacional do MAB
Moisés, enfatizou que “falar de soberania alimentar nos dias de hoje, seja
talvez a maior expressão de rebeldia”. Para ele, a construção da soberania
alimentar deve se dar com o povo na rua em luta, afinal “Não há força da
direita que consiga se opor a força do povo, a força das massas, é nisso que
devemos nos agarrar” enfatizou.
Para Darlan do Sindalimentação a
“temática se relaciona diretamente com questões socioambientais e
socioeconômicas” e dentro disso, o MPA é uma força que deve ajudar a pautar a
soberania alimentar com os trabalhadores das indústria de alimentação e com
outros setores de trabalhadores urbanos. Darlan ainda apontou que o sindicato
ira pautar as empresas para que possam colocar alimentos saudáveis advindos do
campesinato para alimentar os trabalhadores das empresas.
“Nunca foi tão presente a frase socialismo
ou barbárie. E a barbárie está instalada no mundo sob diversas formas, uma
delas é o agronegócio”. Desta afirmação partiu Diego do IRPPA, para apontar que
o problema da concentração, que por um lado coloca metade da humanidade em
situação de insegurança alimentar, e de outro a marca de 1 milhão de obesos no
mundo. Destacou ainda que “nunca foi tão importante a construção de uma aliança
camponesa e operária, e o MPA tem ajudado inclusive a Via Campesina e as outras organizações a esse debate de
forma mais clara e aprofundada”.
Neilson da representante da ASA e
membro do CONSEA, destacou a necessidade de produção daquilo que chamou de
“comida de verdade” apontando que para garanti-la é necessário o acesso a
terra, à água, assistência técnica, beneficiamento da produção, e garantir que
estes alimentos estejam acessíveis aos mais necessitados.
Para Charles Reginato da Direção
Nacional do MPA, a soberania alimentar em sua plenitude só se realiza com a
construção de outras soberanias tais como a hídrica, energética, política,
econômica, entre outras. Estas são soberanias que estão atreladas a soberania
alimentar. Afirmou ainda Reginato que “Só com isso teremos autonomia como
nação, e para que tais questões sejam conquistadas, é necessário garantir a
unidade, construir uma frente da esquerda progressista. Esse processo é para
garantir a continuidade e a garantia de nossos direitos, bem como obter novas conquistas”.
O debate apresentado foi marcado
pela necessidade de qualificar a produção no campo, de alimentos saudáveis em
convívio com o meio ambiente para alimentar os trabalhadores da cidade numa
clara parceria de luta e conquista da classe camponesa com a classe operária.
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