Entre os dias 04 e 05 de
Setembro/15 aconteceu na Comunidade Camponesa do Represo, localizada no
município de Brumado – BA, o I Encontro de Mulheres Camponesas do MPA da
Regional Umbuzeiro. O encontro contou com a presença de mais de 40 camponesas e
parceiros/as da região. Esta atividade faz parte da preparação das mulheres Rumo
ao I Congresso Nacional do MPA.
O MPA na Bahia se organiza a
partir de Regionais, especialmente, por levar em consideração os aspectos
culturais, ambientais, sociais e econômicos das comunidades das regiões, assim
a Regional Umbuzeiro agrega as comunidades camponesas dos municípios de Brumado, Livramento de
Nossa Senhora, Presidente Jânio Quadros, Aracatu e Malhada de Pedra.
O encontro trouxe como temas de reflexão a
presença feminina no campo e sua importância para a agricultura, especialmente,
na atualidade de grande enfrentamento do capital no campo. Aliado a isto,
reafirmou a importância das mulheres na construção do Plano Camponês como
projeto político contra hegemônico para o campo brasileiro. Outras reflexões
colocadas foi sobre a violência contra as mulheres, acesso à saúde e os
impactos das mudanças previdenciárias sobre elas.
Durante a atividade os companheiros da
comunidade trabalhavam com as crianças na Ciranda Infantil os elementos da
cultura camponesa, a simbologia do Movimento e práticas de esporte e, na noite
cultural, tivemos a Folia de Reis, como parte da cultura dos/as camponeses/as
desta localidade.
Durante o encontro, debatemos a entrada do
capital no Nordeste e na Bahia, já que a Comunidade Camponesa do Represo a
partir de 2009 - local do encontro - é uma comunidade impactada pela Ferrovia
de Integração Oeste Leste (FIOL). No processo de enfrentamento, o Sr. Deli de
92 anos (pai do Coordenador Estadual do MPA Arlindo) afirmava quando sofria
pressões e investidas dos prepostos da FIOL que não venderia sua terra, pois
ele e sua família “não tinha terra pra vender e sim terra pra trabalhar”, como
o mesmo relata. Este grande empreendimento do capital dividiu a comunidade ao
meio e vem impondo sua lógica perversa de “progresso e desenvolvimento” sobre
as comunidades, como um empreendimento de infraestrutura para outras empresas
do capital em nível nacional.
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