O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) participa entre os dias 02 a 05 de Setembro do II Seminário Internacional de Educação do Campo, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS),na Bahia, que esta sendo realizado conjuntamente com o “III Seminário Estadual de Educação da Bahia” com a temática  "Os Rumos das Políticas de Educação do Campo e os Desafios para a Sociedade Civil". O encontro reuniu pesquisadores extensionistas, estudantes das Escolas Famílias Agrícolas (EFAS), das Universidades (graduação e pós-graduação), professores da educação básica, gestores públicos e representantes de movimentos sociais do campo e da cidade, dos diversos estados do Brasil.
A mesa de abertura do encontro contou com participação dos reitores da UEFS-Evandro, URFB- Sílvio, IFBAIANO -Geovanni, SDR- Jerônimo, Fórum Estadual de Educação do Campo-FEEC Sr João da FETAG representando os movimentos sociais do campo. A partir da temática central"Os Rumos das Políticas de Educação do Campo e os Desafios para a Sociedade Civil" deu-se início o debate e reflexão com o Prof Dr Dimas E. Hernández Gutiérrez [Cuba] Profª Drª Clarice Santos [UnB] e Erivan Hilário [MST].
Dos elementos abordados pela professora Clarice ela deu ênfase que a política nos períodos de 2002 a 2012 fez um pacto de poder com o modelo neodesenvolvimentista,  no campo este pacto forjou-se principalmente no apoio ao agronegócio e as mineradoras e de outro ampliou os direitos sociais, possibilitando o consumismo, que por sua vez favoreceu a classe dominante. Em 2015 essa aliança de poder burguês só se fortaleceu pelo fato de que esta crise não afetou os ricos, pois o ajuste fiscal não taxou as grandes fortunas da burguesia, pelo contrário, mais uma vez a classe trabalhadora é quem vai pagar a conta com cortes em direitos sociais.
Para Erivan, militante do MST, é impossível discutir a educação no campo sem discutir o modelo de desenvolvimento. E com este modelo é capitalista, manipulador, explorador baseado no agronegócio não é possível ter uma educação que realmente liberte que emancipe a mulher e homem do campo. A educação para o capital é apenas resultado para atender a manutenção do processo de produção em favor dos interesses do projeto dominante.
No segundo dia do seminário foi realizada a II Feira de Culturas e Produção Camponesa com exposição da agricultura camponesa de vários territórios da Bahia. Os camponeses e camponesas, do MPA, levaram seus produtos da agricultura camponesa livre de agrotóxicos, para exposição e comercialização, tais como: queijo, requeijão, doce, mel, verduras, dentre outros.
Para Saiane Santos, da Dirigente do MPA, “A importância do MPA está participando deste espaço é para somar forças, aglutinar ideias e experiências relacionadas à educação camponesa, pois este tem sido um dos fatores do grande esvaziamento do campo. Pensar a educação e lutar pela educação, requer repensar o campo e projetar o futuro de um campo com gente pra gente com a soberania da terra, do trabalho, da água das sementes, preservando os princípios e valores que cultivam a autonomia e jeito de ser camponês.”