Mulheres, terras, sementes, gestação, vida, assim começa a Plenária das Mulheres do MPA, atividade realizada neste dia 12, durante o I Congresso Nacional do MPA, que está sendo realizado no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo (SP). O Congresso se estende até o dia 16 outubro.
Quem guarda os segredos da vida, tem a primeira palavra no palco do Congresso e as vozes femininas ecoam na plenária, instigando todas companheiras a se somarem na luta por um Plano Camponês onde as camponesas sejam parte igualitária da Aliança Camponesa e Operária por Soberania Alimentar.
A plenária teve início com o resgate e memória da participação das mulheres dentro do MPA, apontando as diversas atividades realizadas com mulheres e conquistas alcançadas, enfocando a contribuição valiosa da I Escola Feminista. Apontou-se a participação das mulheres na contribuição para o Campesinato, enfocando a melhoria do Ambiente Familiar Rural, a participação nas agroindústrias, a organização pela comercialização da produção e as lutas necessárias e responsáveis contra as transnacionais.
Após a apresentação, abriu-se para a intervenção da plenária a partir da pergunta provocativa: “O que falta para melhorar a participação das mulheres dentro do MPA, para gerar mais igualdade?”, onde as camponesas presentes destacaram a necessidade de mais formação, de luta permanente contra o patriarcado, Capitalismo, Agronegócio, machismo e promoção de ações pelo desenvolvimento da vida.
Romper com a opressão de gênero permitirá que mais camponesas participem das atividades do movimento, nesse aspecto, foi destacado a contribuição da ciranda como espaço emancipatório para as mulheres e que essa emancipação precisa ser construídas nos lares, onde os camponeses precisam entender e valorizar o trabalho feminino. Romper com a invisibilidade da opressão feminina é tarefa de todos e todas militantes do MPA.
As falas emocionadas de camponesas das mais diversas regiões do Brasil, carregadas de simbolismo do local de fala, trouxeram à memória as dores e alegrias de participarem do MPA, assim como, de estarem contribuindo para a construção de uma sociedade melhor.
Foi trazida à memória de Margarida Alves como exemplo de mulher lutadora, registro que também foi dado a Alexina, esposa de Julião, onde Anacleto – filho de Alexina e Julião, das Ligas Camponesas fez uma saudação ao Congresso, enfatizando o papel de sua mãe na luta pela libertação das mulheres.
O encerramento da plenária apontou a necessidade do MPA assumir o compromisso: de resgatar a história das lutadoras do povo e assim, fazer justiça a história das mulheres que contribuíram para as lutas populares, permitindo que mais mulheres sejam inspiradas para continuarem a luta.
Um dos momentos mais marcantes foi quando as mulheres grávidas e acima de 50 anos, que estavam presentes, foram homenageadas com a entrega de rosas, simbolizando o exemplo que deve ser seguido, bem como, a necessidade de continuarem inspirando toda uma geração de mulheres.
Por Comunicação do I Congresso do MPA
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