No
dia 13 de novembro acontece o Fora Cunha em todo os país. O movimento é
organizado pela Frente Brasil Popular, integrada pela CUT, a União
Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) e mais de 60 entidades dos
movimentos sindical e social. Em Brasília, a concentração para a
manifestação será no Museu da República a partir das 9 horas.
Depois,
trabalhadores da cidade e do campo e estudantes de todo o DF e entorno
vão marchar até o Congresso Nacional pedindo a saída de Eduardo Cunha da
Câmara dos Deputados e repudiar a ofensiva conservadora, que promove
retrocessos nos direitos trabalhistas, a criminalização da juventude e
dos movimentos sociais e sindicais, dissemina o ódio, a violência contra
mulheres, propõe a entrega das estatais e serviço público ao setor
privado. Além disso, a manifestação será pelo fim do ajuste econômico,
que penaliza a classe trabalhadora.
O
dirigente nacional da CUT, Ismael César, alerta para a importância do
ato: “Há toda uma agenda negativa no Congresso, presidida por Cunha e
dominada pelos representantes dos empresários e latifundiários, contra
os direitos dos trabalhadores e das mulheres. Ele apresenta uma pauta
recessiva e precarizante para classe trabalhadora em vigor. E aliado a
isso tem todo o processo de corrupção envolvendo o nome do deputado.
Além disso, nós trabalhadores vamos marchar para pedir o fim do ajuste
econômico, porque é necessária uma nova política econômica, porque essa
atual é recessiva e causa desemprego”.
No
dia 13 estará em andamento o 41º Congresso da União dos Estudantes
Secundaristas (Ubes), que acontece até o dia 14 de novembro, no Pavilhão
de Exposições do Parque da Cidade. Os estudantes do país todo darão uma
pausa nos debates e vão caminhar, ao lado de integrantes da juventude
de partidos, da CUT e dos sindicatos, até a concentração da manifestação
da Frente Brasil Popular, no Museu Nacional. Acrescentarão à pauta do
Fora Cunha, reivindicações como mais respeito e investimentos à
educação e à juventudes, incluindo o combate ao extermínio da juventude
negra. “A UBES vai ter um papel importante no ato. Eduardo Cunha
representa todos os retrocessos às conquistas históricas do movimento
estudantil. Os estudantes não desistirão da luta enquanto nossas utopias
não forem alcançadas! Fora Cunha representa o anseio de toda a
juventude desse país. Não nos calaremos diante dos cortes de direitos
das minorias.”, afirma Clara Lino, diretora de movimentos sociais da
UBES.
“Conclamamos
toda a militância e as bases sindicais, especialmente a juventude
CUTista, para engrossar o Fora Cunha. Jovens trabalhadores e
sindicalistas sairão com o estudantes do Parque da Cidade e vamos nos
juntar aos demais trabalhadores no Museu para marchar pela Esplanada.
Estaremos nas ruas na luta pela democracia, pela garantia e conquistas
de direitos. Junte-se à luta que também é sua!”, convoca Maria do
Socorro Neves Santos, secretária da Juventude da CUT Brasília.
Frente contra o conservadorismo
A
Frente Brasil Popular foi lançada oficialmente no Distrito Federal (DF)
no último dia 5 de novembro. Com a presença de 300 pessoas que lotaram o
auditório do Sindicato dos Servidores Públicos (Sindsep), as mais de 30
organizações presentes deflagraram um calendário integrado de
mobilizações e reafirmaram a unidade da Frente em torno de uma agenda de
garantia dos direitos sociais, defesa da legalidade democrática e por
uma nova política econômica.
Nacionalmente,
a Frente Brasil Popular reúne 66 entidades sociais e 10 partidos
políticos desde que foi lançada, em setembro, na cidade de Belo
Horizonte (MG). Segundo João Pedro Stédile, da coordenação do Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que participou do lançamento
no DF, a conformação da Frente é uma tentativa de responder, de forma
unitária, aos principais desafios da conjuntura. Ele citou a luta contra
o golpismo, impulsionado pela direita “reacionária”, e contra o ajuste
fiscal do governo, além da defesa dos direitos sociais do povo
brasileiro e da Petrobras – atualmente ameaçada por um projeto de lei
que retira a companhia do controle na exploração das reservas do
pré-sal.
Para
a deputada federal Érika Kokay (PT-DF), a ausência de reformas nos
últimos anos acabou levando o país a uma combinação de ao menos três
crises: política, econômica e social. “Somos vítima das transformações
estruturantes que não foram feitas. Agregamos pessoas como consumidoras e
não como agentes políticos. Não fizemos a necessária reforma cultural
no Brasil. Vivemos a ausência de um processo de avanço e participação
popular, porque mantivemos intacto o lucro do sistema financeiro e do
agronegócio. Não fizemos a reforma política, não fizemos a
democratização dos meios. Temos uma mídia que é a expressão articulada
da elite mais cruel do país. Não existem vazios políticos. Se não
conseguirmos avançar estruturalmente, o vazio é ocupado pelos
antagonistas do nosso projeto”, analisou ela, durante o lançamento da
Frente.
Informações: Frente Brasil Popular
Fotografia: Divulgação
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