Em entrevista especial concedida
à Comunicação do Movimento do Pequenos Agricultores (MPA) o engenheiro agrônomo
e doutor em Engenharia de Produção, Leonardo Melgarejo fala sobre as mudanças
na legislação, voltadas ao campo, que estão sendo feitas no Brasil, a permissão
da importação de milho transgênicos, o avanço do Agronegócio e a sua
legitimação por meio do legislativo sob a justificativa de alimentar o
mundo.Ele que é integrante do Grupo de Estudos em Agrobiodiversidade (GEA),
presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN) e
coordena o Grupo de Trabalho sobre Agrotóxicos e Transgênicos da Associação
Brasileira de Agroecologia (ABA), sem esquecer, que foi membro da CTNBio
durante o período de 2008 a 2014, e, hoje é professor colaborador do Mestrado
Profissional em Agroecossistemas, da Universidade Federal de Santa Catarina.
Confira a entrevista:
Comunicação MPA: Neste cenário
de golpe e com o processo de retirar direitos, o que está em risco de mudança
de legislação que interferem na Soberania, que interfere no processo de
produção da Agricultura Familiar e Camponesa? O que está por trás dessas
mudanças e o que vem em conjunto com essas mudanças que estão sendo colocados
em votação na câmara e no senado?
Leonardo Melgarejo: O
Movimento dos Pequenos Agricultores é uma das organizações mais importantes de
sustentação da Democracia no país hoje, especialmente com as mudanças que estão
acontecendo no Meio Rural e que de fato ameaçando a todos nós. O golpe
ele é um golpe muito amplo, tem muitas caras, multifacetado a gente diria
porque ele evolve ações no executivo, isso que a gente está vendo no Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA), o desmonte de programas importantes para o
desenvolvimento da agricultura Familiar, nos programas de Desenvolvimento
Social que ajudam em várias áreas do desenvolvimento do país e Programas de
Estruturação da Produção dos agricultores pequenos, dos camponeses, dos povos e
comunidades tradicionais. Mas ele também é um golpe que entra no Legislativo na
medida em que que propõe alterações de leis que são importantes para nós que
estão em vigor e propõe a introdução de novas lei que ameaça todos esses
processos de construção das organizações sociais, como no caso do MPA. Algumas
preocupações importantes em de respeito à Lei dos Agrotóxicos, esse Projeto de
Lei (PL) que vem do Rio Grande do Sul, do deputado Covatti filho que foi agora
agregada um Projeto de Lei do Ministro Magi, quando ainda era Senador, de fato
as modificações são brutais. Para começar ele retira a palavra Agrotóxicos de
cena, então esse veneno que vem causando muitos danos, para muita gente o
Brasil todo, deixa de ser visto ele passa a ser chamado de Defensivos
Fitossanitários, isso criou uma confusão porquê nos Programas de Agroecologia,
nos Programas de Produção Orgânica a expressão Defensivo Fitossanitário é usada
para classificar coisas que são utilizadas na produção limpa, como por exemplo:
urina de vaca, calda de urtiga, calda de fumo, calda bordalesa, são defensivos
fitossanitários, não são agrotóxicos porque eles não causam esse tipo
intoxicação de doenças e problemas para saúde que os venenos agrícolas causam e
nesse Projeto de Lei, fazem outras coisas também. Os profissionais da Área de
Saúde no Brasil são profissionais do Ministério da Saúde, pessoas que tem uma
carreira relacionada a avaliação de danos à saúde, que fazem Concurso Público e
estudam e que acompanhe as movimentações na escala internacional, da mesma
maneira que eles, existem os profissionais do Meio Ambiente, doo Ministério do
Meio Ambiente, pessoas que são concursados, que estudam só este tema e que
fazem as Análises de Impacto Ambiental. Hoje, os agrotóxicos para serem
aprovadas no Brasil tem que ser analisados pelos profissionais da ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pelos profissionais do IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), eles também
tão analisado pelos profissionais do Ministério da Agricultura sob o ponto de
vista da conveniência e da oportunidade se funciona ou não, mas a saúde da
população e a saúde do ambiente são analisados por aquele outros profissionais
do Ministério da Saúde e do Ministério do Meio Ambiente, então da ANVISA e do
IBAMA. E esse Projeto de Lei tira da responsabilidade destes profissionais e
atribui é a um grupo criado por indicação do Ministério da Agricultura a
responsabilidade de analisar esses produtos, de dizer se podem ser usados ou
não no Brasil.
Para a gente ter um exemplo
claro, em 2013 houve uma grande infestação de uma lagarta que não morria com o
milho transgênico e essa lagarta criou uma situação de pedra na lavoura
principalmente de Estambaí e depois no resto do Brasil que fez o Ministério da
Agricultura decretar um Estado de Emergência Fitossanitária e com esse Estado
de Emergência Fitossanitária o Ministério da Agricultura autorizou a importação
e uso de um veneno tão perigoso, que era proibido de ser usado no Brasil. O
Benzotamectina ele não era utilizado no Brasil porque não tinha sido
autorizado, pois tinha sido proibido e o Ministério da Agricultura para salvar
a safra decretou que poderia ser usado. Então, essa mesma leitura de que uma
safra é mais importante que a saúde de toda a população, vai valer nós imaginamos,
numa Comissão criada pelo Ministério da Agricultura que elimina as avaliações
ANVISA e do IBAMA. Aquele produto químico havia sido proibido pela ANVISA,
então neste Projeto de Lei a interpretação é que algumas instâncias públicas
estão dificultando muito a tomada de decisão do interesse do Agronegócio, leva
muito tempo para aprovação desses produtos. E para superar isso que eles
entendem como dificuldades, se tira dos profissionais da área a competência é
de analisar, se cria uma Comissão Específica indicada por um único Ministério
que já demonstrou seu interesse predominante e se alteram as condições de risco
para a população, para toda a população brasileira.
Imagine só, o que que é um
herbicida? É um produto agressivo, ele é um mata mato então, ele não defende
nada de ninguém, ele não é um Defensivo Fitossanitário, ele é um herbicida um
agressivo, então se ele não é o Defensivo Fitossanitário quem é que vai avaliar
ele? Ele deixou de ser um Agrotóxicos e passou de ser um que passou a ser um
produto químico que não uma classificação adequada. As análises de produtos
como 24D de ficam no limbo que nós não sabemos que destino terão. Esse é um dos
Projetos e Lei importantes e que ameaçam, e, que ganha um corpo neste momento
de golpe.
O outro Projeto de Lei é
alteração nas Leis de Cultivares essa alteração diz o seguinte, hoje nós
sabemos que os produtos transgênicos eles são de propriedade das empresas que
inseriam nas plantas essas transgênicas, no milho e na soja um gene que é
patenteado pela entrada, que dá para a empresa o direito de cobrar o uso
daquela tecnologia onde a sua inserção genética está comprovada. A
interpretação dos Deputados Dilceu Sperafico, que propôs a alteração na Lei dos
Cultivares é a seguinte, ele diz: os pesquisadores não são estimulados a fazer,
a criar novas variedades mais produtivas, mais interessantes se elas não são
transgênicas porque eles não têm direito para cobrar para royalty sobre o uso
dessas variedades. Na nova Lei de Cultivares, as novas cultivares que tiverem
características inovadoras e que forem protegidas pela lente cultivares vão
obrigar o produtor a pagar para usar, apagar para usar de novo quando colher e
quiser replantar, apagar se quiser vender e se isso não for cumprido, essas
normas de pagar royalty quando vende o produto, pagar o royalty quando compra a
semente, eles estarão cometendo um crime e como essas cultivares
variedades podem ser qualquer variedade não transgênica, elas em breve vão
estar presentes, essas características, que dão o direito de cobrança pelo uso
vão estar presentes na batata-doce, na mandioca, na batata inglesa em todos os
produtos que nós utilizamos e que vão poder ser desenvolvidos por melhorias.
Quando a gente fala em ser desenvolvidas por melhorias, a gente pode pensar que
pode ser um agrônomo, de um técnico agrícola que está trabalhando para
qualificar o produto, mas não é assim, essas são as grandes Empresas
Transnacionais que tem esses profissionais como os seus empregados e vão ser as
donas das patentes dessas cultivares. Nós vamos ter as Patentes dos
produtos transgênicos cobrados no Mercado de Lei que trata de Patentes,
de Direito Autorais e nós vamos ter as cultivares cobradas com base à Lei dos
Cultivares.
Se essa legislação for aprovada a
saída seria o agricultor não usar essas cultivares que são protegidas por Lei,
a saída seria estimular os Bancos de Sementes como o MPA vem fazendo. Nós
precisamos de mais Banco de Sementes difundidos em todo Brasil e que os
agricultores acompanhados Bancos, quando eu falo e Banco de Sementes não é só
semente com milho e feijão nós estamos falando também de tubérculos de manivas,
são produtos que são colhidos pelo agricultor e são selecionados pelo
agricultor e que são acompanhados em termos de qualidade que oferecem na medida
em que o clima está mudando, porque essa mudança do clima faz com que a plantas
se transformem. Então essa seleção em cada lugar da variedade crioula, da
cultivar crioula, da maniva que tem as tem envolvida pelo agricultor no seu
ambiente ela incorpora essas mudanças do clima e por isso que processo de
coevolução é importante, e é em uma espécie de pesquisa científica de alto
valor para humanidade que só pode ser desenvolvido por centenas milhares e
agricultores com seus Bancos de Sementes. Isso está ameaçado com essas mudanças
da legislação e nós imaginamos que nesse processo de transformação que vem
ocorrendo na Câmera dos Deputados é possível que em breve se prove a Lei das
Plantas com Restrição Reprodutiva, são chamadas de GURTI, na sigla em inglês,
mas nós conhecemos melhor como as Termineitor. Nós imaginamos que em breve as
plantas que não vão mais gerar grãos, plantas não férteis vão ser aprovadas com
base em outro discurso, que é o de que nós temos que combater a fome
trabalhando com plantas biofortificados.
Essas Plantas Biofortificados que
teriam um teor maior de Ferro, Zinco ou de Fósforo e na medida que algum desses
nutrientes podem ser danosos para as pessoas que tenham alguma deficiência que
faça que o excesso de eles fazem com que provoca danos à saúde, as empresas
dizem que essas plantas modificadas para serem mais ricas em alguma condicional
e que podem causar danos em algumas pessoas, devem ter essa restrição produtiva
de tal maneira que não existe o risco elas serem consumidas inadvertidamente.
Só quem comprar-se essa semente poderiam cultivar e utilizar e com isso se
pretende aprovar essa Tecnologias de Restrição Reprodutiva que é uma outra
ameaça muito grande porque, se essa característica for passada para um Banco de
Sementes de um camponês esse Banco de Sementes perde sua utilidade, a sua
validade, a sua utilidade, a sua condição reprodutiva.
Comunicação MPA: Sobre a
importação do milho transgênico que foi aprovado pela CTNBio, é um processo de
ignorância? Até onde tem sentido, ou na verdade não tem sentido?
Leonardo Melgarejo: Para
entrar milho transgênico, assim como qualquer outro produto transgênico no
Brasil, só há dois caminhos. Ele tem que entrar em pequenas quantidades para
que se façam os estudos aqui no Brasil e esses estudos são importantes porque o
clima e o ambiente afetam o potencial genético. As plantas expressem suas
características interpretando as condições do ambiente é fácil a gente entender
que é difícil produzir maçã na Campanha Gaúcha mas, é fácil produzir em
Vacaria, porque o clima de Vacaria é melhor interpretado pelo potencial
genético daquelas mudas maçã. A gente percebe isso com mais clareza quando
pensamos em produzir Castanha do Pará no Rio Grande do Sul, o clima não permite
embora a gente traga a melhor muda lá de cima, então, se a muda, se a planta, se
a condição biológica ela depende para se expressar do ambiente é evidente que
um milho que faça sucesso nos Estados Unidos tem que ser testado aqui no Rio
Grande do Sul, nas nossas condições biológicas. Por isso, as variedades
transgênicas que são sem desenvolvidas, por exemplo, para vender nos Estados
Unidos quando entram no Brasil, inicialmente entram em pequenas quantidades, em
saquinhos com dupla proteção que são transportadas em carros especiais até as
Unidades Pesquisa que tem uma equipe especializada para cuidar delas. Se
importar 1 quilo de semente e usa 900 gramas, tem que provar que queimaram as
outras 100 gramas. Há todo um controle para uma entrada de produtos
transgênicos para serem avaliados nas condições de Ambiente brasileiro, para
depois gerar informações sobre as suas reações aqui, poderem ser transformados
em produto comercial, aprovado pela CTNBio. Depois de autorizado para se
cultivar no Brasil e essas autorizações depende desses testes de Campo, esse
produto pode ser produzido em larga escala em também pode ser importado para
ser vendido aqui no Brasil.
Este ano, o Brasil num
determinado momento você viu diante da Imprensa Anunciando a importação, o
desejo de importação de 1 milhão de toneladas de milho toneladas de milho
transgênico dos Estados Unidos que não tinha sido testado no Brasil ainda, era
um milho que não havia sido submetido as nossas condições ambientais. O pedido
de importação foi feito com o seguinte argumento: não vai ser plantada no
Brasil, vai ser todos destruído e transformado em ração, portanto, não precisa
ser testada aqui e foi aprovado com esse argumento, mas percebam só a situação
como é paradoxal. Nesse milho tinha duas variedades dessas que nunca foram
cultivadas no Brasil, uma delas é um milho produzido modificado geneticamente
para produzir etanol, para produzir álcool, que nos Estados Unidos não é
direcionada a cadeia de alimentos o processo da empresa dizia que existiam
cuidados especiais para que esse produto não fosse destinado a cadeia de
alimento, ele era destinado para caldeiras para ser transformado em álcool e no
Brasil foi importado da ração. E o outro milho devolvido para tolerância à seca
nos Estados Unidos a empresa argumentava que que esse produto poderia oferecer
um rendimento de até 6% de vantagem em relação ao milho tradicional se seca não
fosse muito forte e não aconteceu no período que eles imaginavam que fosse o
período que a seca deveria acontecer numa determinada fase do ciclo. Eles dizem
que esse milho, que a única vantagem que tem, é não sofrer muito com
determinada seca vai entrar no Brasil nenhum um agricultor vai querer plantar
ele. Perceba-se milhões de Dólares investidos numa Tecnologia que aparentemente
não funciona bem nos Estados Unidos, mas que é vendida como de tolerância à
seca entra no Brasil com a porta de que ninguém vai querer plantar ele aqui. E
a outra que é cultivada para produzir álcool e não para comercio de alimentos,
entra no Brasil para comércio de alimentos. Nos dois casos o risco que nós
imaginamos de um caminhão saindo do porto carregado de milho vai cair grãos na
estrada, esse grão faz germinar, essa germinação vai gerar um pólen, esse grão
de pólen vai contaminar outras variedades de milho que nós não sabemos que
aplicação vai ter porque nós nunca testando esse tipo de transgênico no Brasil.
Errado, portanto e perigoso ainda por cima, porque um dos pareceres Doutora
Karen Friedrich escritora como representante Ministério Desenvolvimento Agrário
na CTNBio aponta esses problemas e aprontava outros dizia, o gráfico que está
errado, que essas informações não são consistentes, faltam estudos de campo,
faltam os estudos com a saúde, faltam os estudos de Sanidade Animal. Mesmo com
todos esses argumentos ela teve seu voto, o seu parecer negado inclusive, com
voto do próprio Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) porque o
representante do Titular do Ministério Desenvolvimento Agrário, nomeado
recentemente, no lugar do professor Carlos Paulo Caggiano votou contra o
parecer por escrito apresentado pelo próprio MDA, numa atitude que nos parecem
compreensível a medida que os dois representaram o mesmo Ministério e o
primeiro parecerista, Doutora Karen tinha estudo o Processo e apresentou um
documento substanciado por escrito e o segundo representante, não tinha sequer
lido processo, votou contra um documento escrito supostamente atendendo a
pressões ou atendendo a opinião dos demais membros da CTNBio que votaram pela
aprovação do milho desconsiderando aquele argumento que, nós imaginamos, que é
um argumento muito forte não interessa no interesse da Agricultura Familiar, da
Saúde da População e que cria esse paradoxo novo. Pela primeira vez nós tivemos
uma possibilidade de entrada no Brasil de uma quantidade enorme de milho que
nunca foi estudado no Brasil e que possivelmente vai ser cultivado em uma
maneira inadequada, inconveniente aqui no nosso país. Acreditamos que isso é
muito perigoso, que essa situação ela permite dúvidas a respeito da necessidade
da CTNBio, dado que este é um caso paradoxal.
Comunicação MPA: Esses
elementos que você traz coloca nós, nos coloca no cenário bem complexo e a
gente volta a pensar, que é possível que com todas essas contradições e esse
avanço desenfreado do Agronegócio o Brasil pode voltar a fazer parte do Mapa da
Fome da ONU?
Leonardo Melgarejo: O
grande salto que Brasil deu neste crescimento de qualidade de vida da população
que permitiu que o Brasil saiu do Mapa da Fome se deveu a iniciativa no Campo
do Saneamento Básico, iniciativas no campo do empoeiramento da Agricultura
Familiar e Camponesa, iniciativas no campo do fortalecimento do poder de
decisão das famílias. O Bolsa da Família com recursos insignificantes sob o
ponto de vista do que é transferido, mesmo assim, gerou possibilidades de
relações entre as linhas de produção. Programas como os Quintais Domésticos,
Programas como Duas Águas e Um Quintal, Programas de Cisternas e todos esses
programas destinados ao fortalecimento dos pequenos no campo e nas cidades
transformaram essa condição de um país que estava imerso no Mapa da Fome, para
o que possamos a ser, um país Fora do Mapa da Fome. Com a extinção do PAA, com
a restrição de recursos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que
também é um programa de compra de agricultores familiares, com essa dificuldade
esses outros programas de estímulo aos Quintais Domésticos, de estimulo a
Extensão Rural, desestímulo à Assistência Técnica, desestímulo ao
fortalecimento das práticas de Agroecologia nós imaginamos que esse retrocesso
é uma realidade que se avizinha.
Percebam a fome no país é um
problema essencialmente rural, a fome brasileira embora a gente veja essa
miséria na cidade, ela era um problema eminentemente rural e não urbana e havia
sido superada com esses Programas e Aposentadoria Rural, com esses programas
que a gente estava comentando de aquisição da Agricultura Familiar. O
cancelamento desses programas ameaça de fato e à uma denúncia muito
consubstanciada que o próprio MPA fez em âmbito internacional lançando essa
preocupação que nos ameaça e que decorre do descaso com Políticas que foram
bem-sucedidas no campo da superação da fome.
A discussão que vem sendo
apresentada como alternativa isso é o envolvimento do que se chamam das Plantas
Biofortificadas que são enriquecidas com nutrientes como o Ferro e Zinco cujo
discurso é de que essas plantas “vão ser melhores” que as outras e que vão
resolver os problemas de fome oculta centralizadas num Nutriente, num mineral.
Nós imaginamos que essa é uma maneira enganosa de tratar o problema, que o Mapa
da Fome se supera com orientações do tipo que vinham sendo conduzidos no Brasil
e que são preconizadas pelo CONSEA, pelo Conselho de Segurança Nacional
Alimentar e Nutricional, que que dizem que nós devemos ter uma alimentação
diversificada e que isso decore do fortalecimento do papel da mulher na
família, do fortalecimento desses Quintais Domésticos e do estabelecimento de
canais curtos de comercialização, envolvendo pequenas férias envolvendo
aquisições do Governo Federal, através do PAA para vários consumidores e
através do PNAE para merenda escolar.
Por Comunicação MPA
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