Após um mês de inicio do campeonato rural, no dia 21
de janeiro, com disputa acirrada e muita emoção, chegou ao fim o III Campeonato
do MPA na comunidade Fazenda Várzea Nova. A disputa da final foi entre o time
da Varginha e o time Várzea Nova. Oito times de diferentes comunidades
estiveram na disputa, reafirmando a importância deste espaço de entretenimento,
cultura, esporte e lazer.
Os dois times no primeiro e segundo tempo deram o
máximo para conquistar a taça e outros prêmios em disputa, no entanto, o placar
continuou zero a zero. Nos pênaltis decidiu o campeão, com o placar de 2 para
as Várzea Nova e 1 para Varginha fica definido que o time da casa GANHOU.
Várzea Nova foi o campeão do III Campeonato.
Dentro da proposta de melhoria da qualidade de vida
das famílias camponesas, o futebol como um dos principais esportes desenvolvido
nas comunidades rurais, deve ser fortalecido. Deve ter o envolvimento dos
jovens. Dessa maneira, a organização garante o debate sobre a permanecia no
campo das famílias, sobretudo dos jovens. Com intuito de o êxodo rural deixar
de ser uma realidade, principalmente, para as famílias camponesas que vive no
nordeste.
Tendo em vista a importância do tema, o coordenador do
campeonato Intermunicipal de Futebol Society do MPA-BA, Romilson Souza, fala
sobre a importância do campeonato e afirma:
“O objetivo que o campeonato atende como prioridade dentro
das comunidades é fortalecer o movimento. Uma vez que o desafio é levar o
movimento para além das lutas, reivindicações e projetos, mais também envolver
a juventude e também os mais velhos que tenha interesse no esporte. No III
Campeonato, a gente percebe que as pessoas estão mais envolvidas, há entusiasmos
das comunidades que tem se desafiado a se organizar melhor no esporte,
principalmente no futebol. No futebol amador as comunidades tem se envolvido
não só com objetivo de competir, de envolver a juventude, mais também de
participar do evento, dos torneios. É de grande importância esse evento na
região, aqui no nosso meio estava faltando. A gente ver que em outros municípios,
em outras localidades tem muito envolvimento no esporte, campeonato, torneios,
aqui na nossa região não tinha esse foco de chamar as comunidades para
participar de eventos mais expressivo, além dos “babas” final de semana. Os
aspectos culturais geram articulação entre as comunidades, gera renda para as
famílias da localidade que sedia o evento. Muitas pessoas da região têm vindo
participar do campeonato e veio conhecer o movimento a partir do evento.”
Após a realização de 3ª etapa do campeonato, está
sendo possível observar e entender os
desafios postos para a construção deste evento, assim relata o coordenador:
“ Desde inicio, tinha um grupo que organizava e
pensava sobre o campeonato do MPA, a idéia inicial era criar num campeonato
intermunicipal na região, que a gente pudesse envolve os municípios circunvizinhos
onde o MPA tem base, tipo Serrolândia, Capim Grosso, Quixabeira, São José,
Ponto Novo, Caldeirão, Caém e Jacobina.
Essa proposta se manter de pé e a idéia é que em cada município
o MPA possa montar sua equipe, sua seleção de futebol e agente dispute um
campeonato a nível regional, com mais peso, com uma premiação mais expressiva, para
que tanto o campeonato ganhar, quanto a comunidade que está sediando o evento.
Porque se o campeonato tem uma premiação expressiva, obriga aos organizadores
de cada equipe trazer jogadores de alto nível da nossa região, abrilhanta a
comunidade e o evento, todo mundo quer vim assistir um campeonato que tenha
jogador de renome na região do futebol amador.
Este é o desafio posto, começamos por Jacobina,
pretendemos iniciar em Caém fazer o campeonato municipal. Para quem sabe nos próximos
anos a gente fazer o campeonato regional centro norte do MPA, que a gente tenha
grandes equipes que se desafie que possa ser prestigiado pelo público da região,
envolver os meios de comunicação, este é o desafio que temos a frente.
Romilson ainda observa que alguns dos jovens jogadores
tem se interessado ingressar no futebol profissional. Mesmo que o futebol
profissional seja algo concorrido e difícil de ter acesso, não é impossível.
Mais ressalta esse tema não está como objetivo do campeonato.
“Na verdade o campeonato não tem esse objetivo de
tentar revelar jogadores para um nível profissional, o desafio é envolver a
juventude e quem sabe colocar para a região estes jogadores que tem o potencial
e que não são conhecidos. No I Campeonato, um rapaz do Junco pouco conhecido
veio disputar para uma das equipes e saiu como uma revelação do campeonato.
Rapaz de 17 anos tinha o potencial e que a partir daí começou participar de
outros eventos, disputar pelo time de Jacobina. A partir do campeonato os
jogadores quem tem potencial, tornam-se destaque. O campeonato da visibilidade
para os melhores jogadores amadores da região. Este não é o objetivo do
campeonato, mais vai que aconteça e algum jogador do nosso campeonato possa
ingressar no futebol profissional, seria bom.
O que queremos é que os jogadores do campeonato dêem o
seu melhor no campo. O queremos é resgatar o futebol amador da nossa região e
apresentar o MPA. Para que as pessoas possam entender que o movimento tem suas
pautas dentro do esporte, começamos pelo futebol porque é o esporte
predominante nas nossas comunidades, queremos organizar o futebol não só o masculino,
mais queremos também time de futebol feminino e outras modalidades de esporte.”
Neste sentido, pode-se relacionar o tema esporte,
cultura e lazer com a permanência dos jovens no campo. Este é a junção que o
coordenador faz para o entendimento que no campo é um lugar bom se viver. “O
que precisamos para os jovens é garantir as condições de trabalho, criar formas
de geração de renda. Para além dos trabalhos na propriedade são importantes
eventos que motive que envolva as comunidades, que anime os grupos de jovens e desperte
a vontade de ficar no campo. Estes eventos aumentam a auto-estima, gera renda,
deixa o campo um lugar melhor de se viver e todos esses elementos é parte
fundamental para a permanência do homem, mulher e jovem ficar no campo.”
O esporte é uma importante atividade de
interação, de encontros das famílias camponesas. Na final do campeonato, na
noite do sábado teve forró e muita diversão. As vidas nas comunidades
camponesas devem ter como aliadas a uma agenda cultural com teatro, música,
atividades de partilha, mutirões e etc. e dessa forma poder garantir a
qualidade de vida camponesa pela qual tanto lutamos.
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