Com a proposta de integração das ações em algumas atividade do coletivo de comunicação com as do coletivo de juventude, no dia 29 de janeiro, aconteceu pela tarde a reunião do grupo jovem do quilombo Várzea Queimada com análise da conjuntura e com oficina de teatro do oprimido. Na noite, a programação envolveu os jovens da comunidade com apresentação da trajetória histórica das ações do grupo e a continuidade do cinema camponês, possibilitando a comunidade assistir o filme: Kiriku e a feiticeira, que trouxe bate papo sobre a discriminação racial e desigualdade social presente na sociedade.
Na analíse da conjuntura foram abordados dois conteúdos que se complementos e que dialoga com realidade da comunidade quilombola Várzea Queimada, onde estes jovens estão inserido: A população negra na história do Brasil e as desigualdades sociais e pouco acesso as políticas públicas. Para Sirlane, participante do grupo jovem, a descriminação racial e de classe está presente no nosso cotidiano e que de alguma maneira está naturalizada no seio da sociedade, inclusive, para quem sofre diariamente esse tipo de agressão, a reação muitas vezes é ignorar, deixar pra lá, como mudar essa realidade.
Durante a oficina do teatro do oprimido, foram feito improvisos com dois temas: a mulher na sociedade contemporânea, violência e liberdade e o outro, o racismo, como você reage? No primeiro tema, os jovens trouxeram como ainda é uma realidade o machismo nas famílias que coloca a mulher com objeto do homem, uma pessoa que age a partir da decisão e pensamento do outro.  Também na mesma situação encontram-se mulheres que ainda estão presas as regras da sociedade mais que se desafiaram a construir sua autonomia.
Já no segundo tema, a peça teatral trouxe como a descriminação racial torna paralisante, inibidor para algumas pessoas e a reação com agressão em alguns casos e as dificuldades de como levar o caso para a justiça e obter um resultado satisfatório. Os jovens depois da encenação conversaram sobre as descriminações sofridas por cada um, relatou também, que infelizmente, na escola é o espaço que mais sentiu as piores experiências de racismo por parte de alunos mais também por professores. 
O debate sobre esses temas na comunidade quilombola de Várzea Queimada para Eulália, "reforça a importância de conversar sobre a naturalização de violências, da opressão sobre os negros, mulheres, pobres que aprenderam de alguma forma sobreviver com essa realidade, mais que lhes provocam sofrimento. O machismo e o racismo só terá fim, com empoderamento das pessoas que são vítimas e com a sensibilização da sociedade para desconstrução destas raízes que trazem dor e sofrimento".