Com apenas alguns meses o Mutirão da Esperança
Camponesa tem mostrado há que veio, movimentar com todos os rincões desse país,
pois quem alimenta o Brasil exige repito, onde quer que vive.
O Mutirão é um esforço feito em conjunto, coletivo
e solidário, visando alcançar um objetivo em comum. É um empenho de muitos se
ajudarem para resolver um problema comum ou apoiar e dar solidariedade para
alguém em necessidade, pode ser também uma ajuda entre vizinhos. Nas
Comunidades Camponesas o Mutirão tem ganhado a forma nas preparações
comunitárias, mobilizações e lutas.
A palavra Mutirão vem do idioma tupi-guarani e é
uma herança indígena. O povo guarani sempre praticou o Mutirão e ainda o faz.
Em alguns lugares Brasil há fora, usam-se as expressões como, Puxirão, Pixurum,
Batalhão para referir-se a mesma prática.
Organizado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores
(MPA) e seus aliados, o Mutirão de Formação e Mobilização tem ido do pampa, à
floresta rumo ao sertão. O Mutirão foi lançado em fevereiro deste ano em São
Paulo, na oportunidade os camponeses e camponesas do MPA reunidos em Guararema
assumiram o compromisso de construí-los nos Estados, assim como, as
organizações e entidades que participaram deste momento. Os lançamentos
estaduais do Mutirão deram-se em seguida, e as suas primeiras atividades foram
realizadas no RS, PI, PR e RO, seguidos pelos demais Estados do Nordeste. Desde
então, os 19 Estados onde o MPA está organizado, preparam-se para
desenvolve-lo.
Em Rondônia no Norte do país, as atividades de
formação e visita as lideranças ganham destaque no processo de construção do
Mutirão, como destaca a camponesa e dirigente do MPA, Marilan Silva, “todos
convictos com da importância do Mutirão da Esperança Camponesa, todos saindo
comprometidos em contribuir em todo o processo”.
Também de lá, só mais ao Sul do Estado, os relatos
são de satisfação, “tem sido uma experiência incrível, a recepção das famílias
que conseguiram compreender a necessidade do Mutirão, compareceram aos
Encontros já realizados. Uma média de 30% para mais, das famílias visitas que
antes não eram ativas nos grupos de base, depois de iniciarmos o mutirão, tornaram-se
ativas, não apenas no grupo de base do MPA, mas também nas atividades
desenvolvidas pelo Movimento”.
No Sul do país, o Mutirão da Esperança Camponesa
também já revela seus frutos. Uma Plenária Estadual do Movimento no final de
2016 deu o pontapé inicial as atividades no Rio Grande do Sul, na oportunidade
a mais de 300 companheiros e companheiras se fizeram presentes. Um segundo
encontro, foi a Reunião de Estudo sobre Mutirão e elaboração de Metodologia,
seguida da Reunião de Planejamento, elaboração de material e Roteiro prático do
Mutirão, todas as etapas desenvolvidas junto as lideranças. Culminado no
Encontro de Formação para a Execução e Lançamento do Mutirão, que reuniu mais
de 80 militantes, aliados e parceiros urbanos. Por sequência, o lançamento
oficial do mutirão e confraternização, com foco na metodologia de Trabalho de
Base do Mutirão e estudo da Proposta da Reforma de Previdência do governo
Temer.
Potencializado pelo Mutirão surge o Encontro e
Feira de Sementes Crioulas em Seberi-RS com a participação de entorno 800
pessoas com a troca de sementes e mudas crioulas, agroecologia, comercialização
da produção e debate sobre a reforma da Previdência Rural de Temer, bem como a
Romaria da Terra e o Encontrão das Mulheres.
Em um dos processos mais bonitos e diversificados,
no Estado, segundo dirigentes do MPA-RS já são 6 os municípios visitados, 2.455
famílias visitadas no interior e aproximadamente 2.450 famílias visitadas nas
cidades, 61 reuniões realizadas tanto na cidade como no campo com o envolvimento
e presença de 1.827 pessoas presentes nas reuniões tanto da cidade como do
campo.
No Norte, “avaliamos que vale a pena o trabalho
pois estamos atingindo um público que ainda não conhece o Movimento. A mensagem
foi bem aceita e que podem gerar novos frutos para o MPA”, descreve
Marilan. Em algumas regiões do Estado o Mutirão já está em sua segunda
fase, “conseguimos nos organizar em grupo maior de militantes com o intuito de
finalizar todo o trabalho no município de Cabixi [Rondônia] nos dias 6 e 7/04.
O mais interessante é que já conseguimos inserir novas pessoas nessa segunda
etapa”, descreve a dirigente do MPA.
Bons exemplos de que o Mutirão tem gerado fartos
frutos, são as manifestações correspondente a Jornada Nacional de Lutas das
Mulheres, realizadas na semana do Dia Internacional de Lutas, 8 de Março. O Dia
15 de março, como Dia Nacional de Paralisação Geral em todo país e a Jornada
Nacional Contra a Reforma da Previdência no dia 31 Março. Certamente rumando
para a Greve Geral proposta para o próximo dia 28 de abril.
A receptividade das pessoas quando da panfletagem
nas casas, nas reuniões com as autoridades, Sindicatos, Cooperativas e
lideranças. A receptividade do Meios de Comunicação, em especial os com perfil
Comunitário, para dialogar com a população sobre o tema, são reflexos das ações
já realizadas do Mutirão em todo país.
Nesta edição demos destaque as atividades do
Mutirão da Esperança Camponesa realizados em Rondônia e Rio Grande do Sul,
porém em todos os 19 Estados brasileiros em que o MPA está organizado o Mutirão
tem mobilizado os camponeses e camponesas do Movimento, mas também, amigos e
parceiros de luta, bem como trabalhadores do campo e da cidade que até então
não tinham contato com a organização. É o Mutirão da Esperança Camponesa mostra
a que veio, Formação e Mobilização.
Por Comunicação MPA
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