Mais um companheiro que tomba na luta pelos direitos dos trabalhadores. Na tarde desta quinta-feira, 13 de julho, o líder camponês e quilombola, José Raimundo Mota de Souza Júnior é assassinado.
Educador popular, grande defensor da Agroecologia, das cisternas de placa, um companheiro de luta e vivência. Júnior é militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e morador da Comunidade Quilombola de Jiboia, município de Antônio Gonçalves-Bahia.
Júnior do MPA, como era conhecido, foi assassinado a tiros enquanto trabalhada no campo com um irmão e um sobrinho, ambos conseguiram escapar com vida. Vizinhos relataram que minutos antes de seu assassinato, “os caras” foram até a casa de Junior perguntando por ele, sem saberem da intensão, informaram que estava trabalhando na roça.
Por hora, o corpo foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) em Juazeiro para exames de balística e amanhã, pela parte da tarde será velado. Lideranças locais e do MPA descrevem que foi uma repressão a luta e a organização que o companheiro assumiu no seu dia a dia.
Há pouco mais de um ano, um outro camponês militante do MPA e liderança da região foi assassinado a balas, conhecido como João Bigode era morador da Fazenda Santana. Depois do assassinato de João Bigode, Júnior temia que acontecesse o mesmo com ele.
Só neste primeiro semestre de 2017 já são 47 assassinatos no campo, um dos índices mais altos desses 32 anos que a Comissão Pastoral da Terra tem registrado os Conflitos no Campo.
Que Júnior permaneça presente em cada sopro de ousadia, em cada canto de esperança. Para que sua luta não sejam em vão, luta e resistência nestes tempos sombrios.
Por Comunicação MPA
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