Camponês, Quilombola, digno, militante do MPA, José Raimundo Mota, conhecido como Júnior do MPA, foi assassinado nesta quinta-feira, 13 de julho, na comunidade Quilombola Jiboia, município de Antônio Gonçalves. Torna-se assim, mais uma vítima da ganância, do conflito agrário na Bahia.Júnior foi alvejado por vários tiros quando estava trabalhando na roça, por homens que estavam num carro preto que tinham pedido informações sobre ele e foram encontra-lo. Pelos relatos, antes de matá-lo, esses homens pediram para ele colocar a mão na cabeça e se preparar para morrer.
Desta forma, tiraram a vida de mais um companheiro, pelas evidências, o crime pode ter ocorrido em virtude da questão agrária. Júnior é uma das lideranças que lutou, de forma incansável, pela legalização das terras quilombolas de sua comunidade.
Com o objetivo de assentar as famílias quilombolas da comunidade de Jiboia, alguns dias atrás o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) informou a possibilidade de desapropriação das terras da região, onde ele residia.
Não permitimos mais derramamento de sangue de pessoas inocentes, portanto, exigimos dos órgãos competentes, JUSTIÇA. O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) aguarda dos órgãos competentes justiça, investigação e condenação dos culpados.
Júnior, era militante do MPA desde do ano de 2003, cumpria a tarefa de Coordenação Estadual e Coletivo de Produção do Movimento, foi articulador da Regional Zumbi dos Palmares, esteve presente e contribuiu em espaços nacional do movimento.
Sua vida foi dedicada as questões sociais, lutou por melhores condições de vida para o Campesinato, lutava pela consolidação do Plano Camponês, contribuiu junto com a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) e a Associação de Assistência Técnica e Assessoria aos Trabalhadores Rurais e Movimentos Populares (CACTUS) para construção de cisterna de consumo humano e de produção para as famílias camponesas do Semiárido.
Só neste primeiro semestre de 2017 já são 47 assassinatos no campo, um dos índices mais altos desses 32 anos que a Comissão Pastoral da Terra tem registrado os Conflitos no Campo. Nos últimos anos, Júnior contribuiu numa tarefa estratégica do MPA, para consolidação do Movimento na Região de Juazeiro na Bahia.
Só neste primeiro semestre de 2017 já são 47 assassinatos no campo, um dos índices mais altos desses 32 anos que a Comissão Pastoral da Terra tem registrado os Conflitos no Campo. Nos últimos anos, Júnior contribuiu numa tarefa estratégica do MPA, para consolidação do Movimento na Região de Juazeiro na Bahia.
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, 14 de julho de 2017
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