“Nós alimentamos nossos povos e construímos um movimento para mudar o mundo!”. Com esse lema, centenas de representantes de mulheres e homens do campo do Movimento Internacional, Via Campesina, se reúnem no País Basco de 16 a 24 deste mês de julho para celebrar a sua VII Conferência.

A Conferência Internacional da Via Campesina (LVC) é realizada a cada quatro anos, e consiste na instância maior, por meio da qual se debatem as estratégias coletivas e mantem-se os debates internos para que o movimento cresça, representando cerca de 200 milhões de camponeses e camponesas, pequenos e médios produtores, sem-terra, indígenas, migrantes e trabalhadores agrícolas em todo o mundo.

Durante essas semana em Derio, País Basco, irão debater temas como: as experiências locais realizadas pelo Movimento, bem como os processos internacionais e o Conselho de Direitos Humanos da ONU por uma Declaração de Direitos dos Camponeses e outros personagens que trabalham em áreas rurais e que, também na ONU, de um Instrumento Internacional Juridicamente vinculativo contra o abuso de empresas multinacionais. As diferentes regiões da Via Campesina também apresentarão suas lutas, como a Região Europeia nas instâncias institucionais para uma nova política agrícola comum e a reforma contra a concentração de terras; a da África, para a Soberania de suas sementes; a da América Latina por uma Reforma Agrária Popular e contra o grande Capital. As regiões da Ásia apresentarão suas campanhas contra os Tratados de Livre Comércio (TLCs), os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) e o desafio que elas enfrentam diante do aumento do nível do mar por conta das mudanças climáticas.

Se dará um enfoque particular nos temas como: o Impacto dos Tratados de Livre Comércio (TLCs) sobre Soberania Alimentar, a Captura Corporativa e Proteção por meio de Patentes sobre Sementes, a Criminalização do Movimento e até o Assassinato de Líderes, Soluções de Camponesas para as Mudanças Climáticas e as Escolas de Agroecologia como uma forma de exercer a Soberania Alimentar nos territórios. Haverá eventos abertos para o públicos prestigiar no dia 19 de julho, em Derio (na abertura da Conferência) e 23 de julho em uma Marcha em Derio até a Praça Nova de Bilbão, onde haverá um ato político público.

Em momentos onde, por um lado, a importância das cadeias alimentares é reforçada pela opinião pública, mas, por outro, se intensificam os abusos globalmente contra comunidades camponesas, as conclusões deste Encontro prometem ser um avanço significativo na luta pela Soberania Alimentar, e por fortalecer, assim, o trabalho realizado pela Via Campesina para a realização de nossos Direitos e pela Paz e Justiça em nossas comunidades e no mundo.