A 10ª Festa do Licuri foi realizada no município de Caém, Bahia, e durante dos dois dias de festejos, 19 e 20 deste mês, reuniu milhares de pessoas, das comunidades vizinhas, produtores, apreciadores, camponeses, estudantes, entidades locais e estaduais, pesquisadores e curiosos que a cada ano contribuem para o crescimento e o abrilhantam.
Conhecido como o “ouro do sertão”, o Licuri é responsável pelo sustento e tradição de diversas famílias do campo. Sua importância é destacada na festa que já se tornou tradicional para toda região.
Nesta edição além das comidas típicas e inovações produzidas a partir da amêndoa, muita música, danças e oficinas, na oportunidade também foi realizado um desfile para escolher a Rainha do Licuri, onde as candidatas desfilaram modelitos confeccionados a partir da palmeira.
Realizado na Comunidade Quilombo Várzea Queimada, a festa foi um momento de celebrar, de trocas de experiências, aprendizados e ensinamento. Como destaca a camponesa do MPA, Vani, de São José do Jacuípe-BA, que participou da Oficina Lavouras Xerófilas. “Eu faço parte desse território que tem essas plantas e queria conhecer melhor a utilidade de cada uma. Várias eu já sabia, mas, aprendi muito com essa oficina, porquê tem algumas plantas que ainda não sabia lidar com elas”, explica a camponesa.
Seu Alberto Maciel dos Santos, participou da Oficina Ração Animal e destacou os aprendizados adquiridos. “Eu gostei porque aprendia uma coisa que eu não sabia, quebrar Licuri tem várias maneiras mas, ‘despelar’ não, a outra coisa que achei muito interessante é colher o Licuri na água que lá [na comunidade onde morra], a gente não sabia disso”, explica o camponês de Caldeirão Grande. Essa oficina teve o propósito de ensinar técnicas de campo e de utilização do Licuri na ração animal.
O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), historicamente tem somado na construção da festa do Licuri, esta edição em especial é realizada em uma das comunidade Base do Movimento o Quilombo Várzea Queimada. O camponês e dirigente do MPA, Leomárcio, destaca o porquê de ser realizada neste local.
– “O nível de organização local, a própria identidade enquanto Comunidade Quilombola isso foi algo bastante considerado, por ser também produtora e ter o hábito do cultivo e a geração de renda a partir do Licuri, e, por estar em projetos que visam complementar o investimento na produção e beneficiamento do Licuri”.
É um evento que já se tornou regional busca dar visibilidade e fortalecer essa cultura nega local, “então para nós do MPA é uma alegria muito grande poder receber e estar sediando esse evento, que também cumpre com um papel de valorização da cultura e das pessoas que tem como fonte de renda o Licuri” explica Leomárcio.



Por Comunicação MPA