Seis áreas do pré-sal foram vendidas a nove petroleiras estrangeiras pelo valor de R$ 6,15 bilhões.

Nesta sexta-feira (27), na sede da Agência Nacional do Petróleo (ANP), localizada no Rio de Janeiro (RJ), o governo golpista de Michel Temer realizou a segunda e terceira rodadas de licitação do pré-sal. Das oito áreas ofertadas, seis foram arrematadas pelo bônus de assinatura de R$ 6,15 bilhões. De acordo com representantes do governo, esse recurso será utilizado para fechar as contas e atingir a meta fiscal do ano.
De acordo com Cloviomar Cararine Pereira, economista do Dieese e assessor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), os blocos leiloados contém aproximadamente 12 bilhões de barris de petróleo. Essa quantia é equivalente às descobertas da Petrobras antes do pré-sal, ou seja, em 60 anos de história. Considerando o preço do barril de petróleo a 60 dólares, e com o atual câmbio, o valor das áreas ofertadas pode ultrapassar R$ 2 trilhões.
As rodadas de licitação começaram com mais de duas horas de atraso devido a uma liminar, expedida pelo juiz Ricardo Sales, da 3ª Vara Cível da Justiça Federal de Manaus, que suspendeu o leilão. O magistrado acatou uma ação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e argumentou que os valores cobrados pelas áreas eram baixos e que a lei que colocou fim à exclusividade da Petrobras no pré-sal apresenta “vício constitucional”.
Com a expectativa de arrecadar R$ 7,75 bilhões, o governo arrecadou apenas R$ 6,15 bilhões. Na segunda rodada foram arrecadados R$ 3,3 bilhões e na terceira R$ 2,85 bilhões. A primeira rodada do pré-sal foi realizada ainda no governo Dilma, em 2013, com a venda do campus de Libra.

Confira as áreas leiloadas:
Alto de Cabo Frio Central
A área localizada na Bacia de Santos foi arrematada por um bônus de R$ 350 milhões pelo consórcio formado por Shell (55%), CNOOC (20%) e Qatar Petroleum (25%). As petroleiras ofertaram 22,87% de óleo excedente para a União.
Peroba
Também localizada na Bacia de Santos, a área foi arrematada por um bônus de R$ 2 bilhões pelo consórcio formado pela Petrobras (40%), a chinesa CNODC (20%) e a britânica BP (40%). Foram ofertados 76,95% do óleo para a União.
Pau Brasil
Não recebeu ofertas.
Norte de Carcará
Também localizada na Bacia de Santos, a área foi adquirida por um bônus de assinatura de R$ 3 bilhões, pelo consórcio formado pela Statoil (40%), Petrogal (20%) e ExxonMobil (40%). As empresas ofertaram um percentual de óleo para a União (óleo excedente) de 67,12%.
Entorno de Sapinhoá
Também localizada na Bacia de Santos, a área foi arrematada por bônus de outorga de R$ 200 milhões, pelo consórcio formado por Petrobras (45%), Repsol Sinopec (25%) e Shell (30%). As empresas destinaram 80% do óleo excedente à União.
Gato do Mato
Também localizada na Bacia de Santos, a área foi leiloa por bônus de R$ 100 milhões ao consórcio formado pela Shell (80%) e Total (20%). As empresas ofertaram à União 11,53% do óleo excedente.
Sudoeste de Tartaruga Verde
Não recebeu propostas.

Por Movimento dos Atingidos po Barragens