Em pronunciamento na ocupação urbana de Nova Santa Marta, em Santa Maria, RS, o ex-presidente não utilizou de meias palavras para contrapor seus detratores e firmar compromisso com a classe popular. 


Conduzido ao palco nos braços do povo, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento público forte no ato realizado no assentamento urbano de Nova Santa Marta, na cidade de Santa Maria, região central do RS. Relembrando os tempos de militância sindical e afastando a figura do “Lulinha paz e amor” característicos de momentos mais recentes, o pré-candidato não usou de meias palavras para contrapor seus adversários no campo político, os representantes do judiciário que o expõem ao sistema de lawfere (técnica de perseguição judiciária que criminaliza lideranças do campo político) ou os representantes de segmentos sociais que foram beneficiados em seus governos e hoje demonstram ingratidão ao não reconhecer as transformações sociais que haviam conduzido o Brasil uma nova realidade econômica e social. A reação efusiva da plateia, aplaudindo e saudando com palavras de ordem e cantos de apoio que relembram as campanhas em que o petista foi candidato a presidente, comprovam a aprovação do povo trabalhador a essa nova postura, mais incisiva, de seu maior representante.

– Quando a gente dá R$ 10 para uma pessoa humilde, ela fica eternamente agradecida -, citou, em seguida contrastando com o mau exemplo dos grandes: “Quando viabilizamos milhões para grandes fazendeiros financiarem equipamentos mais modernos e caminhonetes do último tipo eles não só são mal agradecidos, como passam a vida inteira falando mal dos nossos governos”. E ainda disse mais: “Por mais que a gente financiasse a agricultura no Rio Grande do Sul, em todas as eleições eles se colocavam contra nós”, disse o ex-presidente, afirmando que não se surpreende com as reações truculentas dos mais abastados.

Lula ressaltou ainda que, durante o seu governo e o da presidenta eleita Dilma Rousseff, mais de 51 milhões de hectares de terra foram disponibilizados para a Reforma Agrária. “O que significa que 52% de tudo que foi desapropriado em 500 anos desse país, foi feito em 12 anos por mim e pela Dilma”. Ainda enumerou os motivos pelos quais a elite não quer que ele volte a governar o Brasil. “Eles não querem porque nos nossos governos o salário mínimo aumentou e tivemos a coragem de criar o piso salarial dos professores. Porque criamos o ProUni, o Fies e colocamos o filho do pobre na universidade. Eles não querem que a gente volte porque nós conseguimos aprovar as cotas para que negros e negras pudessem entrar na universidade. Porque nós criamos o Programa de Aquisição de Alimentos para comprar o alimento do pequeno produtor e distribuir para quem mais precisa. E porque, pela primeira vez, a empregada doméstica passou a ser tratada como cidadã e não como escrava”, afirmou o ex-presidente, garantindo que vai provar novamente que um torneiro mecânico tem mais capacidade para governar o Brasil do que a elite que está no poder.

(com informações do site www.lula.com.br)

Marcos Antonio Corbari | Jornalista

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