O Semiárido brasileiro tem a maior parte de seu território ocupado por uma vegetação xerófila denominada Caatinga. Este bioma ocupa 11% do território nacional e 70% do Nordeste e abriga 60% da população nordestina. Para debater este tema, será realizado de 30 de julho a 03 de agosto, em Juazeiro, na Bahia, o Simpósio Bioma Caatinga, no Complexo Multieventos da Univasf.

Além de extremamente importante do ponto de vista biológico, as espécies da Caatinga apresentam características morfofisiológicas adaptadas ao estresse hídrico e às altas temperaturas, tornando-as uma opção para o desenvolvimento da região. Porém, esses recursos vêm sendo explorados de forma inadequada, provocando a diminuição das populações naturais e, em alguns casos, o desaparecimento de algumas espécies.

As consequências desse modelo de exploração predatória se fazem sentir principalmente nos recursos naturais renováveis do bioma. Assim, já se observam perdas irrecuperáveis da diversidade florística e faunística, aceleração do processo de erosão e declínio da fertilidade do solo e da qualidade da água pela sedimentação.
Além disso, os eventos climáticos extremos registrados nos últimos anos, com precipitações pluviométricas bem abaixo da média, apontam para um cenário onde, mesmo com sua resiliência, algumas espécies já têm instalado notável processo de erosão genética em suas populações, favorecendo a perda de variabilidade e aumentando a vulnerabilidade desses grupos.

Paralelamente, a estrutura fundiária existente na região impossibilita o acesso dos pequenos produtores à renda, afetando sua sobrevivência e determinando, como uma das poucas alternativas, a migração ou a busca por seu sustento, por meio da exploração excessiva sobre a base de recursos naturais existentes em suas propriedades ou entorno, agravando ainda mais a pressão sobre esses recursos.

Ademais, a falta de visibilidade do bioma traz o desconhecimento de sua riqueza e de sua importância, que reflete no descaso quanto a sua conservação. Atualmente, a Caatinga é considerada como um dos três biomas brasileiros mais degradados e ainda não figura nos cenários nacional e internacional de prioridades de conservação.

Mais informações, através do site do evento: http://www.sibic.com.br/index.php