Durante a Caravana Lula pelo Rio Grande do Sul, uma foto rodou o mundo.
Capturada em Santa Maria, quando ruralistas tentaram impedir o Presidente Lula de chegar à Universidade Federal, a foto é uma síntese do que há de pior no agronegócio brasileiro.
A foto é emblemática.
Na cabeça o ruralista carrega um chapéu com a marca da “Bayer”, maior multinacional de venenos agrícolas do mundo, tendo recentemente adquirido a Monsanto, maior empresa de sementes transgênicas viciadas em venenos fabricados por ela mesma.
Na cabeça, mente tomada e colonizada pelas multinacionais da comida envenenada.
Na mão o chicote escravocrata. Precisa submeter pela força a rebeldia dos que não concordam e não se submetem. O chicote é o símbolo de um poder que construiu e manteve o latifúndio até hoje, desde a escravidão até às formas atuais de exploração do trabalho e submissão das pessoas.
Necessário ressaltar, para evitar superficialidades que a nada servem, que há os que “são do” agronegócio – mercado financeiro, multinacionais da indústria química, tradings comercializadoras de grãos, indústria de máquinas, grandes latifundiários – e os que “estão no” agronegócio, por necessidade, por falta de outras oportunidades, por ganância, por ilusão de serem grandes. Neste segundo time, médios e até pequenos, empurrados pela onda, pela propaganda e pela falta de opções. Estes são também vítimas do “chapéu da bayer” e do “chicote escravocrata”, embora nem sempre o percebam.
A foto é emblemática do que há de pior neste modo de modernizar o latifúndio atrasado. Suposta modernidade tecnológica colada no atraso cultural e social, unidos no mundo real, e agora, eternizado nesta fotografia.
Neste momento da história brasileira, é o agronegócio latifundiário, cabeça de ponte do fascismo em terras brasileiras, alinhados cegamente a Bolsonaro.
E que não se esqueça também que a tal “bayer”, que “usa e faz a cabeça” do fascismo ruralista, foi um dos sustentáculos da Alemanha Nazista fornecendo munição ao exército de Hitler.
Os Movimentos Camponeses responderão ao “chicote” com mais e mais firmes mobilizações pela Reforma Agrária Popular e pela implantação do Plano Camponês.
Por Frei Sérgio Görgen – Frei Franciscano, militante do MPA
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