Com a participação de camponeses e camponesas do MPA de 15 Estados o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), realizará entre os dias 28 e 31 de março em São Paulo- SP a IV edição da Escola Camponesa da Memória, que resgata o processo histórico de luta e resistência ao golpe militar de 64 e a atualidade do golpe institucional em curso no Brasil desde de 2016 a partir do impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff.
Além do debate dos golpes no Brasil nessa edição a escola aprofundará a vida e luta do revolucionário brasileiro Clodomir Santos de Morais, lutador aguerrido da causa camponesa fundamental na resistência ao golpe.
A Escola Camponesa da Memória é uma iniciativa do MPA para recuperar e manter viva a memória histórica da luta contra o golpe de 64 no Brasil em especial no que diz respeito aos processos de resistência das organizações camponesas, relata Beto Palmeira da coordenação nacional do MPA, “ a escola da memória recupera e mantém acesa os processos de luta do povo brasileiro, sabemos como parte significativa dessa memória histórica nos é escondida, ou mesmo modificada, todos e todas tem o direito a memória, mas também a verdade e a justiça. Em especial nesse ano recuperamos a história do revolucionário Clodomir Santos de Morais, que nessa semana completou-se dois anos de sua partida física, Clodomir contribuiu de forma fundamental para a construção da organização camponesa em nosso país e na América latina, é impossível pensar a luta de hoje sem resgatar Clodomir”, afirmou Palmeira.
Escola dialogará a relação entre o golpe de 64 e o de 2016
A escola debaterá a atualidade do golpe institucional em nosso país, fazendo a relação dos atores e interesses que se cruzam com os mesmos que impulsionaram a exatos 54 anos um golpe militar que mergulhou o país em um duro processo de repressão aos trabalhadores e trabalhadoras. “ Podemos analisar que a receita utilizada em 64 se repete agora, perda de direitos, interesses internacionais imperialistas, uso dos meios de comunicação e uma progressiva violência contra as organizações sociais, nossa tarefa é lutar para que o golpe não aprofunde com o de 64, e a formação é uma ferramenta fundamental”. Concluiu Palmeira.
Existe uma divida histórica do estado brasileiro com o povo, não se pode permitir que um período de luta como este seja esquecido ou ignorado ou melhor maquiado, a juventude estava presente na luta contra o golpe em 64 nas ações e nos ideais de luta e resistência, por isso a juventude de hoje deve resgatar e garantir a justiça pelos que lutaram por esses ideais” afirma Rafaela Alves do coletivo nacional de Juventude do MPA.
Além de debater o legado de Clodomir, um dos elementos principais da escola é a participação e repressão contra camponeses e camponesas no período da ditadura, atualmente o estado brasileiro reconhece apenas 29 mortes, no entanto a Comissão da Verdade apurou que são mais de 2 mil. Nessa edição cerca de 100 jovens participarão da escola, ao logo de 5 anos a escola da memória já formou mais de 300 jovens com edições realizadas em Salvador, Campina Grande e Brasília, recuperando o pensamento de Carlos Marighella, das Ligas Camponesas e da repressão contra o campesinato respectivamente.
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