Os 5 mil camponeses já marcharam cerca de 45 km nos últimos dias; eles chegam à capital federal nesta terça (14)
Já foram mais de 45 km percorridos por cada uma das três colunas da Marcha Nacional Lula Livre. Após caminharem por cerca de 15 km na manhã desta segunda-feira (13), quarto dia de atividade, os marchantes já chegaram aos arredores de Brasília (DF). Ao longo do percurso, porém, o reconhecimento e carinho da população pelas cidades em que a marcha passa reforçam os objetivos e o esforço dos camponeses.
Galdino da Silva, de 60 anos, aplaudiu os marchantes enquanto a Coluna Tereza de Benguela passava pela cidade Candangolândia (DF) nesta segunda (13). “Minha família é do Nordeste e Lula apoiou a região. Hoje eu acho que ele merece mais uma oportunidade de reconhecimento”, afirmou. Natural de Cajazeiro (PB), Galdino vive há mais de 35 anos em Brasília.
Aos 67 anos, a aposentada Maria Antonia Dalbelo, também da cidade de Candangolândia (DF), vestiu o boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), um dos organizadores da mobilização, em apoio à Marcha Lula Livre. “Essa é uma causa minha e de todo o povo brasileiro. A gente vive um regime golpista de usurpadores do poder e uma farsa nunca vista no Brasil. O mundo inteiro sabe que a prisão de Lula é uma grande mentira", denunciou.
Escrevendo história
A sem-terra Juliana Barbosa Oliveira, de 19 anos, deixou seu acampamento São Tomás Balduino, em Quedas de Iguaçu, no Paraná, para se somar aos marchantes. A jovem militante do MST, que integra a Coluna Prestes, tem total convicção do motivo que a levou até a Marcha Lula Livre. “Estou marchando para representar a juventude. Vim com meus amigos para viver um momento histórico do país”, revelou.
Ela terminou o ensino médio no final do ano passado e está se preparando para entrar no curso de Direito. O sonho é se tornar delegada de polícia e enfrentar o preconceito contra o MST. “Atualmente, muitos delegados são contra o MST porque não sabem o que é o Movimento. Quero ter a chance de mudar essa visão errada”, destacou.
O trabalhador rural Airton Augustinho, de 32 anos, também saiu do assentamento onde vive em São Cristóvão do Sul, Santa Catarina, na quarta-feira à tarde e chegou na sexta-feira de manhã em Luziânia, no estado de Goiás, para se unir à Marcha Lula Livre.
Ele viajou com a mãe e afirma que tem orgulho de participar de um momento histórico junto aos seus companheiros. “Deu para fazer vários amigos na conversa dentro do ônibus durante a viagem. A marcha é um momento de união e amizade”, apontou. Sobre o motivo que o levou à marcha, o agricultor respondeu sem pestanejar: “Para Lula ser presidente e melhorar o país”.
Moradora do assentamento Fazenda Anone, em Pontão (RS), a estudante Regiane Souza Oliveira, 26 anos, diz que marcha para exigir seus direitos e mais democracia. “É um momento histórico de luta pela democracia. A gente está escrevendo a história para o futuro”, disse orgulhosa.
“O Judiciário e o poder eleitoral precisam ouvir a voz do povo. O candidato que o povo quer é aquele que está na frente das pesquisas. Que democracia é essa que não respeita a voz do povo?”, questionou a estudante.
Os cerca de 5 mil camponeses que marcham divididos em três colunas se encontram nesta terça-feira (14) na capital federal, dia da chegada da mobilização em Brasília. No dia seguinte, os marchantes participarão do ato de homologação da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, último dia para que os pré-candidatos registrem seus nomes ao pleito eleitoral de outubro.
Redação
Brasil de Fato | Brasília (DF), 13 de Agosto de 2018.
Edição: Luiz Felipe Albuquerque
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