Ponto Novo é um pequeno município que fica a 50 km da cidade de Senhor do Bonfim, terra de gente valente. Pois lá, há exatamente 01 mês, camponeses ligados ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), do Assentamento Terra Nossa e de comunidades camponesas da região, resolveram acampar no meio do trajeto de uma adutora que está sendo construída pela Embasa, interligando o sistema de abastecimento de água entre as barragens de Ponto Novo e Pedras Altas/Capim Grosso, até que seja dada uma solução para a falta de água na área por eles ocupada. A obra, no momento, está parada.


Depois de muita luta, o governo entregou casas para 30 famílias, mas “esqueceu” da rede de água. Não é de hoje que eles reclamam do problema e até a sede da Embasa, em Senhor do Bonfim, eles já ocuparam. Carros-pipa passaram a atender a comunidade com irregularidade, e até água bruta já entregaram. E ainda assim tudo dependendo da boa vontade de gestores. Como é tempo de eleição, promessas não faltam, e eles sabem disso, resolveram ampliar a luta para ter água potável no assentamento coordenado pelo MPA. O coordenador, Edvagno Rios, afirma que não falta disposição às famílias do assentamento para buscar uma solução e o governo tem que atender a demanda que foi resultado de acordo firmado há mais de dois anos. Também é necessário em que se tratando de área que tem irrigação, seja observada a vida do rio Itapicuru Açu que abastece a região.

Em visita à região, discutindo com a categoria os prejuízos da MP do Saneamento (privatização), o diretor de Comunicação do Sindae, Edmilson Barbosa, esteve no assentamento e posteriormente conversou com o gerente regional, Raimundo Nonato, sobre a questão da falta d’água na comunidade dos pequenos agricultores. O gerente disse que, primeiro, iria se inteirar da obra que estava à cargo da Diretoria de Engenharia, para depois dar uma resposta melhor sobre o assunto.

Barbosa aproveitou para discutir com os pequenos agricultores a crise política do país, os cortes de recursos para serviços essenciais, saúde e educação, e o ataque do governo de Michel Temer para privatizar as estatais de saneamento. Lembrou que, no passado recente, a sociedade baiana lutou contra a venda da Embasa, tendo o apoio de vários movimentos, da igreja, pequenos agricultores, estudantes etc.

No término da reunião, foram feitos encaminhamentos que serão tratados com a direção executiva do Sindicato.