Na tarde desta quarta-feira, 31|01, sétimo dia pós o massacre da Vale em Brumadinho, 300 manifestantes da Frente Brasil Popular paralisaram os trens e caminhões, que continuam levando o minério da região. Mesmo com o rompimento da barragem que, até o momento, deixou 99 mortos e 259 desaparecidos, as mineradoras continuam explorando normalmente. 

Ainda nesta manhã as Secretarias de Estado de Saúde (SES); de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA) comunicaram que a água do Rio Paraopeba já apresenta riscos à saúde humana e animal e está contaminada até o município de Pará de Minas. A nota alerta ainda que as pessoas devem se afastar no mínimo por 100 metros das margens. Segundo outras denúncias, feitas na rádio Itatiaia nesta manhã, o rejeito também deve conter Césio, substância altamente radioativa.

Entre a população atingida está a Aldeia Pataxó Hã Hã Hãe, o Acampamento Pátria Livre e o acampamento Zequinha, ambos do MST. As duas primeiras áreas foram criadas juntas, numa ação de solidariedade entre Sem Terras e Indígenas. A jornada de lutas de 25 de julho de 2017, já denunciava as mineradoras da região e a corrupção da MMX.

“Foi na comunidade do Tejuco, que chorei pela primeira vez. Vi essa região toda verde. Agora a Vale destruiu tudo. Minha plantação tá seca, a gente não pode beber a água, não pode mais pescar. Já vimos os peixes boiando mortos sobre a água”, lamenta Sr. Domingos, nascido em Brumadinho e acampado do MST.

Há anos o movimento vem denunciando a cobiça internacional sobre os bens naturais brasileiros. “Nos últimos anos, as mineradoras intensificaram a exploração do minério para recompor seus lucros diante da crise. Para isso, elas financiam seus políticos e seguem impunes diante de qualquer crime, matam rios e trabalhadores. Já mataram o Rio Doces, agora centenas de trabalhadores. O São Francisco está ameaçado e ninguém fala disso. Nós exigimos justiça!”, afirma o Dirigente do MST, Cristiano Meirelles.