Jovens camponeses discuti a conjuntura política do país e aponta a unidade dos trabalhadores entorno da reforma da previdência, da reforma trabalhista e da questão ambiental.
Neste final de semana (23 a 24 de agosto), aconteceu o encontro de formação do Movimento dos Pequenos Agricultores/MPA com jovens camponeses de seis municípios da região norte da Bahia. Num processo de formação política continuada, o foco do estudo aborda tema sobre a conjuntura nacional, estadual e local, um espaço para conversar sobre os desafios que estão colocados para os trabalhadores no Brasil atual da extrema direita, assim como, discutir um tema central para os camponeses (as) brasileiros, a questão agrária.
De acordo com a jovem Daniela Moraes, no primeiro dia de encontro falou sobre a crise do capitalismo no mundo. No Brasil, se reflete as contradições do governo Bolsonaro e o risco do Bolsonarismo como fator complicador para reverter à situação de perda de direitos e destruição de acordos firmados na constituição de 1988. Destaca que a esquerda precisa da continuidade na construção da unidade em diversos temas para fazer o enfretamento, a exemplo, a reforma da previdência, “os impactos da reforma da previdência para a vida dos trabalhadores é indiscutível, colocará milhões em situação de miséria”. Essa pauta, como também a reforma trabalhista e tributária são pautas que precisamos construir estratégias para ter êxito, que é preciso fortalecer essa luta.
Esteve presente no encontro o Professor Adjunto da Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF e Doutor em Geografia, Átila Menezes Lima, que trabalhou o tema sobre as questões agrárias, os ataques do agrohidronegócio, das empresas mineradoras aos povos originários, quilombolas, as nascentes, destacou a expansão dos parques eólicos, a grilagem e a concentração de terra cada vez que está sendo fortalecido e promovido por esse novo governo com maior intensidade e os conflitos agrários que estão resultando cada vez mais em assassinatos de lideranças.
O professor Lima em entrevista pontou questões sobre a conjuntura do país, afirmou que se trata de um momento “complicado e complexo”, por essa razão a esquerda precisa esta atendo para não cair na fragmentação das lutas. Para ele, é preciso destacar pontos em comuns, confrontar o que estar posto com unidade, lutar juntos. Uma das pautas da conjuntura que temos que está atento e lutar contra, “a Reforma da Previdência é uma pauta prioritária, pois vai impactar na vida de todos/as, mulheres, negros, LGBTS, quilombolas, camponeses, todos trabalhadores”. Dando continuidade, aponta que precisamos revogar a Reforma Trabalhista, o que foi aprovada no congresso, trata se de uma volta ao passado, “volta a uma situação de semi-escravismo ou escravismo mesmo”. Com ânimo o professor ressaltar, “precisamos partir da ideia que tudo pode mudar que nada é inrevogado na história, para isso precisa de luta, unidade e organização”, por fim, a outra pauta que ele destaca como central é a Questão Ambiental, esta acontecendo uma degradação absurda, principalmente para os trabalhadores do campo, a degradação da Amazonia, do Cerrado de todos biomas do país pelo agronegócio e essa lógica do lucro acima de todos/as, “é preocupante e impacta a vida de todos”.
O entrevistado aponta que, “temos que elencar prioridades, pois, não trata de negar as outras lutas e sim, de construir unidade em torno de pelo menos essas três pautas que impacta o máximo de pessoas. O jogo do conservadorismo e do reacionarismo tem de forma estratégica atacar um grupo e fazer polemicas, todas as semanas tem polemicas envolvendo por exemplo, os negros, as mulheres, os LBTS são inúmeras, vão criando uma visão sobre os fatos e os eleitores e seguidores desse governo dão respaldo, e assim vão tirando o foco das pautas que vão impactar à todos. “só nos resta resistir e unificar as lutas, pois, corremos o risco de fazer lutas separadas e assim, não ter êxito”.
Por comunicação MPA
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