A Marcha da Agricultura Familiar e Reforma Agrária realizada pelo Fórum Baiano da Agricultura Familiar, encerrou na manhã desta quarta-feira (23) com uma proposta positiva do governo do estado, atingindo as expectativas dos agricultores familiares e lideranças presentes na manifestação.
A
Marcha teve início por volta das 8h de ontem (22), no pedágio de Simões Filho
na BR 324, onde os agricultores fecharam o pedágio por 2 horas em manifestação
e depois seguiram em caravanas para Salvador, onde retornaram a marcha em torno
de 15h30 na frente do Shopping Iguatemi em direção ao Centro Administrativo da
Bahia (CAB), onde os agricultores acamparam na sede da Secretaria da
Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri/BA).
Durante
a noite, os líderes das entidades que fazem parte do Fórum Baiano da
Agricultura Familiar, se reuniram com os secretários da Agricultura, Eduardo
Salles, e de Relações Institucionais, Cézar Lisboa, além de representantes da
Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e Superintendência da Agricultura Familiar para
discutir o encaminhamento da pauta de reivindicações para o dia seguinte.
Na
manhã desta quarta-feira (23) a manifestação continuou em frente a Seagri/BA.
Mais caravanas chegaram para reforçar a manifestação, o que somou em torno de 2
mil agricultores familiares.
Por
volta das 8h, os representantes de cada entidade que compõe o Fórum Baiano da
Agricultura Familiar se reuniram em audiência com o governador do estado Jaques
Wagner para apresentar a pauta e buscar uma proposta que atenda as demandas reivindicadas.
Após
a audiência o governador se pronunciou à todos presentes e anunciou a proposta
que inclui a autarquia da Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA)
possibilitando assim maior agilidade para o processo de regularização
fundiária; a criação do programa de formação e geração de emprego e renda para
150 mil jovens e mulheres da agricultura familiar através do Pronatec; e ações
estruturantes de contenção dos efeitos da seca com o lançamento imediato de
edital de chamada publica através da Secretaria de Desenvolvimento Social e
Combate à Pobreza (SEDES), para a construção de 60 mil cisternas de produção e
45 mil de consumo humano para o estado da Bahia.
Além
disto, o governador anunciou a ampliação de orçamento para a contratação de
carros-pipa para atender os municípios em estado de emergência devido a seca e
a ampliação de distribuição de cestas básicas para estes mesmos municípios; a
perfuração e instalação de poços artesianos; e se propôs a discutir a criação
da Superintendência Estadual de Educação no Campo.
O
governador se comprometeu ainda, de acordo com o coordenador Geral da
FETRAF-BA, Rosival Leite da Silva, em resolver o problema das famílias que não
conseguem ter acesso ao programa de habitação rural Minha Casa, Minha Vida; e
ampliação das políticas para construção de estradas e energia elétrica para as
comunidades quilombolas, assentamentos da reforma agrária e crédito fundiário.
Segundo
Rosival, ficou definido ainda uma audiência no final de junho para avaliação
das pautas de cada movimento e a possível ampliação das mesmas, sendo que antes
da audiência cada entidade se reunirá com as diversas secretarias do estado
para aprofundar as pautas individuais.
“Nossa
avaliação é positiva pelo processo de mobilização dos agricultores e agricultoras
familiares assentados e acampados da reforma agrária e quilombolas de vários
municípios do estado, que através desta mobilização demonstrou a sua
insatisfação com o tratamento até o momento dado a estas temáticas. Com a
sinalização positiva do governador em solucionar alguns problemas pautados,
mesmo que ainda não na proporcionalidade colocada na pauta, vai ajudar a
melhorar a vida de um percentual significativo de agricultores familiares do
estado. E fica para a FETRAF-BA a missão de sistematicamente acompanhar e
cobrar o cumprimento da pauta”, destacou Rosival.
Meriele
Miorando Silva – Assessoria de Imprensa FETRAF-BAHIA - www.fetrafba.org.br
Marcha da Agricultura Familiar e Reforma Agrária