No Centro de Treinamento da BAHIATER, dia 27 deste mês, o Fórum Baiano da Agricultura Familiar (FBAF) realizou o evento Café́ da Manhã com o Governador Rui Costa e as entidades da agricultura familiar em comemoração à semana da agricultura familiar. O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) esteve presente junto com mais de 60 organizações, entidades e movimentos sociais representativos da agricultura familiar e reforma agrária do estado.

Com o tema “O Campo com Gente e com Direitos”, o encontro reuniu cerca de 350 agricultores e agricultoras familiares de todos os 27 territórios de identidade do estado, com o objetivo de dar visibilidade às iniciativas do setor, com enfoque na sustentabilidade e na importância para a economia nacional. O evento integra a programação em comemoração ao Dia Nacional da Agricultura Familiar, celebrado na última segunda-feira (25). Na ocasião, o governador ainda recebeu uma carta com as principais demandas do segmento.

Para Edvagno Rios do MPA, “o cenário que estamos vivendo nos pede unidade e muita luta para garantimos os direitos dos camponeses (as) na Bahia e para não haver retrocessos no campo. O agronegócio está avançando em nossos territórios e para que possamos ser resistência, necessitamos de mais investimento na agricultura familiar e camponesa. Todas as entidades e organizações presentes têm pautas para ser negociadas e dá mais esse passo. O MPA quer apresentar e negociar a nossa pauta com o Governador, um dos pontos de pauta é sobre o Programa Camponês que por sua vez, trata-se de uma plataforma de políticas públicas para a produção e o abastecimento popular”, afirma.  

Ao falar o Governador Rui Costa reafirma parceria para construção de políticas para a agricultura familiar. “O meu sonho é ver a agricultura familiar tendo renda. É ver os filhos dos agricultores com desejo de se qualificar e voltando a produzir no campo, realimentando essa cultura de amor pela terra. No que depender de mim, vamos construir juntos uma agricultura familiar forte, com inclusão social, renda e educação no campo”. Rui reafirmou a parceria com os movimentos sociais durante evento do Fórum Baiano da Agricultura Familiar (FBAF), realizado na tarde desta quarta-feira (27), no Centro de Formação da Secretaria de Desenvolvimento Rural, no bairro de Itapuã, em Salvador.

O governador ainda ressaltou que um governo não constrói nada sozinho. “Somos nós que vamos construir e implementar uma política voltada para a agricultura familiar. Precisamos identificar o que falta, por exemplo, para que muitos agricultores familiares recebam seus títulos de terra. Eu não enxergo o desenvolvimento da Bahia sem incluir a agricultura familiar”. Ele informou que estão sendo aplicados, até 2018, R$ 1,5 bilhão apenas em fomento para a agricultura familiar. “São R$ 700 milhões do Banco Mundial, por meio do Bahia Produtiva, e R$ 300 milhões do Fida [Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da Organização das Nações Unidas], e ainda há mais recursos de outras fontes, como do Fundo Combate à Pobreza e do governo federal. O trabalho agora é fazer com que todas as ações sejam sustentáveis e duradouras, de fôlego longo, que estruture a agricultura e capacite o homem do campo para produzir mais e melhor”.

Rui também falou sobre a necessidade de se otimizar os recursos que estão aplicados na área. “Pedi à Secretaria de Desenvolvimento Rural, por exemplo, que identificasse o número de casas de farinha que foram entregues e estão sem funcionar, muitas construídas em governos passados. Somos de cooperativas e entidades. Vamos construir juntos esse efeito dinâmico e levar desenvolvimento para a agricultura familiar”, disse.

No sábado, 23 de julho, camponeses e camponesas organizados no Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realizaram o I Seminário Estadual com o tema Soberania Alimentar: Produção de Alimento Saudável e Abastecimento Popular, realizado em Feira de Santana, Bahia.

Na oportunidade se fizeram presente integrantes da coordenação estadual do MPA, profissionais técnicos do projeto de sementes, estudantes do curso de agroecologia e parceiros, entre eles: MOC, CETA, MST, MSTB, MTD, CESE, CEAS, NEPPA, GAIA, SINPETRO, SINDIALIMENTAÇÃO, CUT, SINDAE, ASA, AATR, Consulta Popular, Levante Popular Da Juventude, UNEB, IRPAA, Fundo de Pasto, GEOGRAFAR, UES, FASE, EFASE, Teia dos Povos, COOPES, COFASPI, CAR, CDA, SUTRAG-SEDR e CNM.

O seminário que reuniu mais de 30 organizações e entidades do campo e da cidade, teve por objetivo discutir com os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade a problemática da crise alimentar e o fortalecimento da Aliança Camponesa e Operaria, por meio da produção de alimento saudáveis e abastecimento popular, tendo como horizonte o Plano Camponês.

Pela parte da manhã foi realizado a Análise da Conjuntura no atual Cenário Político, tendo como assessores Pery Falcon, do Centro de Estudos Victor Meyer, Leila Santana, dirigente do MPA e do presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Paulo Cayres.

O modelo de produção do agronegócio, envolta ao uso de agrotóxicos, monocultivos e sementes geneticamente modificadas é o grande responsável pela crise alimentar, pela forma em que organiza o mercado de alimento no Brasil e no mundo. Pois a mesma empresa que produz e lucro com os insumos químicos é a mesma que no mercado controla e determina o valor da compra e venda dos produtos alimentícios. Alimentos esses, em sua grande maioria, produzidos pelos camponeses, mas apropriados pelas empresas do ramo.

O MPA acredita que só Agricultura Camponesa será capaz de dar resposta ao dilema da Crise de Alimento e Ambiental, pois são os camponeses que produzem 70% dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros. Além da produção de alimentos com respeito ao Meio Ambiente, os camponeses são grandes produtores de expressões culturais presente na culinária, na produção, no artesanato, na musicalidade, entre outros.

O tema do Alimento saudável tem sido o elo unificador da Classe Trabalhadora na luta pelo fortalecimento da Aliança Camponesa e Operária, na luta pela Reforma Agrária, da Agricultura Camponesa, Soberania Alimentar e da construção do projeto popular para o Brasil.

Por Comunicação MPA

Crise essa que é consequência do modelo predominante do agronegócio/agrotóxicos/monocultivo e pela forma que é organizado o mercado de alimento no Brasil e no mundo, onde a mesma empresa que produz e lucra com a produção e o comércio do agrotóxico, também no mercado de alimento controla e determinando o valor da compra e venda dos produtos alimentícios. Estes alimentos são produzido pelos camponeses mais apropriado pelas empresas do ramo.

Acreditamos que só agricultura camponesa será capaz de dá resposta ao dilema da crise de alimento e ambiental, são os camponeses que produz 70% dos alimentos, com respeito ao meio ambiente, que vão para a mesa dos brasileiros, e são eles grandes produtores de expressões culturais presente na culinária, na produção, no artesanato, na musicalidade, entre outros.

É a classe trabalhadora na luta pelo fortalecimento da aliança camponesa e operária, na luta pela reforma agrária, da agricultura camponesa, soberania alimentar e da construção do projeto popular para o Brasil.

Plano Camponês: Aliança Camponesa e Operária por Soberania Alimentar

Os camponeses e camponesas do Movimento dos Pequenos Agricultores-MPA realizaram no dia 26 de julho Assembleia Camponesa na comunidade quilombola Várzea Queimada município de Caém-BA reunindo 80 camponeses e camponesas de 15 comunidades.  A Assembleia teve como objetivo debater sobre a conjuntura política em que o Brasil está vivendo, sobre os impactos do governo golpista do presidente interino Michel Temer na vida do campesinato.

Os camponeses e camponesas repudiam a:

-Extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

-Cortes no financiamento do PNHR

-Aumento da idade da aposentadoria para 65 anos.

Estes são alguns dos desmandos deste governo golpista que prejudicará a qualidade de vida e desenvolvimento do campesinato brasileiro.

Para o camponês Francisco” é necessário que saiamos as ruas pra dizer chega de retrocessos nos nossos direitos. Direitos estes conquistados com muita luta nas ruas”.